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POR ENTRE O VENTO E A ÁGUA

Falar de água é sem dúvidas, falar de vida. Nossa primeira casa é na água. Kan. Nosso primeiro contato com o mundo é através da respiração. Sun. Como uma brisa suave que vem do relampejo de um trovão, nascemos. Nossas raízes profundas buscam, na água, a nutrição necessária para evoluir. Assim como uma plantinha precisa de água para crescer, nosso corpo e nossa casa, precisa da água para existir.

Quando falamos de água, falamos de movimento.

Agora, imagine uma água parada. O que te vem em mente? Pra mim água parada lembra esgoto, lodo, mal cheiro, bichos e outras estranhezas que nem sei nomear. Se você tem coisas paradas em casa, a água da casa estagnada está.

Falar de água é também falar de circulação. E uma coisa que a água precisa é de espaço pra fluir. Pra entender melhor o movimento da água, imagine um rio. Agora, jogue nele mentalmente, um sofá. O que vai acontecer com seu fluxo?  Ficará obstruído não é mesmo? É o que acontece quando inserimos coisas e mais coisas em nossas moradas. Para que a água esteja em movimento é essencial que haja espaço na casa para o chi’ circular. 

Pensando nisso, observe o rio (áreas de passagem) da sua casa. Você consegue andar livremente ou anda desviando pelos móveis, como quem desvia do entulho no rio?

Água também tem a ver com purificação. Sabe aquela sensação boa de banho? Ou de casa limpa?

É notável a sensação de bem estar depois que nossa casa passa por uma boa faxina. Para mim então, a sensação pós lavar o banheiro é como ir para um spa. Me faz bem jogar água, esfregar e sentir a sujeira ir embora ralo abaixo. Quem mais ai gosta de lavar o banheiro? Se você é da turma que não gosta de lavar, mas gosta dele limpo, tamo junto também. 

Lavar a casa é lavar a alma.

E por falar em banheiro, esse cômodo é puro elemento água. E se você sente que a água está em excesso, seja pela presença de bolor, vazamento ou infiltração, bora barrar essa água no banheiro usando o elemento terra. Você sabia que nos 5 elementos da medicina tradicional chinesa (água, madeira, fogo, terra e metal), a terra barra a água?

Pois bem, para equilibrar a água nos banheiros, basta usar objetos que venham da terra, feitos de barro, argila e cerâmica. Vale usar a própria terra, usando um vaso com uma plantinha. Vale também inserir tons que remetem a terra como areia, marrom, bege, mostarda e amarelo. Vale usar sua intuição, sempre. Inclusive para intuir a mensagem que sua casa quer te trazer com determinada patologia, seja ela no banheiro ou em outra área da casa (ah, se quer saber mais sobre esse assunto, depois assiste esse video aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7MAmjslNnTo

Nossa casa tem muito a nos ensinar. Sabe aquela coisa de observar as ondas do mar baterem na areia da praia? Ou a água caindo da cachoeira? Crie o hábito de observar a sua  casa, assim como quando contempla a natureza. Seja como naquele pequeno instante em que aprecia o pôr do sol, um beija for, ou em que acha desejo nas nuvens.

Procure contemplar o espaço em que habita e aproveite para dialogar com ele. Sem pressa, no seu ritmo. Isso nos aproxima da água. Assim como inserir na casa, símbolos que nos conectem com essa natureza yin. Se qurr trazer esse elemento para seu lar, use cores mais calmas, como os tons de azul  e até preto, remetendo a escuridão que permeia no fundo do oceano. Afinal, água é olhar pra dentro. Use também formas soltas, fluidas e assimétricas para trazer mais desse elemento para o seu lar. Lembre-se que a água espelha, por isso, espelhos também são bem vindos, assim como o uso de vidros e outras transparências. Coloque também itens que representem a sua missão e a partir dai, permita-se acessar suas águas profundas.

E antes de partir para o mental e se perguntar “mas onde vou colocar tudo isso”? de novo, olha pra dentro. Olha pra sua própria água interior. Respira, conecta. Põe a mão sobre o ventre, seja qual for seu gênero, e se lembra que você veio da água.  Ta tudo ai. É só deixar fluir, com o Feng Shui.

Mas vale lembrar também que um rio, para ser fluido, precisa de uma margem. Ou seja, precisa de um limite. Um rio sem um limite, é um monte de água desorganizada. Por mais que fluir na casa seja uma premissa de seguirmos nosso próprio ritmo interno, estabelecer próprios limites pra gente mesmo é essencial. Isso nos ajuda a chegar lá. Seja onde quer que seja o lá.

Por Gabrielle Berger

nos vemos em breve, no fluxo do vento e da água.

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